O INIMIGO ESTÁ AO SEU LADO
- walaguia
- há 4 dias
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Atualizado: há 24 horas
Você já se perguntou se o inimigo pode estar ao seu lado? Já refletiu sobre o quanto essa possibilidade é devastadora? Muitas vezes, passamos anos — ou até uma vida inteira — convivendo com alguém que secretamente nos deseja o mal. Fingimos não ver, suportamos pequenas ofensas travestidas de inocência e, por medo da solidão ou da rejeição social, escolhemos permanecer cegos.

Ah, se soubéssemos o quanto é libertador romper com o inimigo oculto...
Mas o que é, afinal, um inimigo oculto? Ele não precisa empunhar armas ou gritar afrontas. Pode ser falso, dissimulado, interesseiro — não pelo dinheiro, mas pelo seu tempo, pela sua atenção, pela energia que você oferece. O inimigo oculto é o ator perfeito: representa amizade enquanto, no íntimo, torce por sua queda.
E o mais perturbador é que, muitas vezes, ele está tão próximo que se confunde com o afeto. Talvez você até já tenha percebido sua presença, mas prefere manter as aparências. É como aqueles casais que, nas redes sociais, exibem sorrisos ensaiados, enquanto, na vida real, convivem com traições silenciosas e ressentimentos acumulados.
O inimigo ao lado não destrói com gritos, mas com gestos sutis: um olhar que julga, uma palavra que fere sob o disfarce de conselho, uma ausência calculada nos momentos em que você mais precisa. E, por medo de perder vínculos ou enfrentar a solidão, você aceita. O tempo passa, e a sua evolução interior adoece, contaminada pelas sombras que o outro espalha.
Há quem se acostume com essa prisão disfarçada de convivência. E o pior: passa a acreditar que isso é normal.
Permita-me contar uma história real, acontecida no interior de Piedade, em São Paulo.
Um homem de boas condições financeiras criava dois filhos — um biológico e outro adotivo — com o mesmo amor e dedicação. Cresceram juntos, irmãos de coração e de infância. Mas o inimigo, quando se mascara de irmão, é o mais perigoso de todos.
Certa madrugada, o filho adotivo, movido pela inveja, armou uma emboscada com dois comparsas. Chamou o irmão sob o pretexto de precisar de ajuda. O rapaz, sem desconfiar de nada, saiu com o carro e foi ao encontro dele. Lá, encontrou não um irmão, mas o seu algoz. Foi assassinado friamente — sem razão aparente, a não ser a inveja.
Os pais morreram de tristeza. O filho adotivo cumpriu a pena, saiu em liberdade, casou-se, teve filhos... e, pouco tempo depois, foi também assassinado. O mal, quando se planta, não se apaga; apenas muda de forma e retorna ao seu criador.
Existem inimigos tão próximos que nos custamos a acreditar no que são capazes de fazer para nos ver mal. São aqueles que dizem “conte comigo”, mas nunca estendem a mão de verdade. Estão em todos os lugares — nas igrejas, nas empresas, nas vizinhanças, nas famílias.
Basta olhar ao redor: quantas histórias de falsos amigos que destroem vidas, de companheiros que traem, de pessoas que sorriem enquanto desejam o nosso fracasso?
É preciso despertar. Se alguém ao seu lado não te faz bem, se sua presença pesa, se sua energia te drena, não hesite em se afastar. O vazio deixado por falsos laços é o espaço sagrado que o universo — ou Deus — utiliza para preencher com o que é verdadeiro.
Porque, no fim das contas, o único que jamais será seu inimigo é Jesus.
Este é o primeiro texto deste blog.